Achei perdido um texto que escrevi no dia 6 de julho de 2007, na forma de editorial, para uma disciplina durante a faculdade. Como a minha opinião sobre este assunto não mudou de lá para cá, compartilho-a agora com os amigos:
Atitude reprovável
A Universidade Federal de Santa Maria permite aos seus
alunos a opção de ter diferentes matrículas em mais de um curso de graduação. A
medida não é comum em outras instituições públicas de ensino superior que,
igualmente, são financiadas pela sociedade. Já as faculdades particulares apoiam esta iniciativa dos seus estudantes, através de descontos nas
mensalidades.
O estudante que admite carecer de uma formação acadêmica
mais completa ou se interessa por diversas áreas do conhecimento pode cursar
disciplinas em outros cursos, além do seu de origem. Esta opção é viável e não
onera os cofres públicos. Já uma nova matrícula na UFSM, mesmo coberta com os
louros da aprovação no concurso vestibular, perde seu valor ético e não faz bem
à sociedade. O investimento público, neste caso federal, que poderia ser feito
em outro aluno é acumulado em um indivíduo pouco preocupado com o bem alheio.
Dúvidas sobre a escolha da futura profissão também podem
influenciar na busca por uma nova área de estudo. Ainda longe do ideal, a UFSM
oferece a Feira das Profissões que auxilia os candidatos, mesmo os
universitários, na difícil decisão. Este modelo já superou com larga vantagem
os ultrapassados testes vocacionais.
O critério simplista da aprovação no vestibular é posto em
cheque mais uma vez. A oportunidade de ocupar mais de uma vaga na mesma
universidade federal é um convite ao individualismo e um desafio às tentativas
de democratização do ensino no país. Clóvis Lima*, (ex) Reitor da UFSM já afirmou,
mais de uma vez, que este processo é injusto. A consciência de nossos
acadêmicos pode torná-lo um pouco menos.
*Quando o texto foi escrito, Clóvis Lima ainda era o Reitor da UFSM.
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