terça-feira, 23 de agosto de 2011

Agosto novo

Tudo é novidade para mim em Brasília. Tudo mesmo, o trânsito, o estilo de vida, o clima, o trabalho. E é no trabalho que vieram as últimas novas. O horário da noite da Rádio Senado não me pertence mais. O "cajado" está com o mais novo locutor da emissora, o Renato, um cara muito boa-praça vindo do RJ. Ricardo e Ritta completam o nosso time, agora muito bem reforçado.

Meu novo horário é o da tarde. Saio do estúdio ao vivo, mas sigo na equipe da Voz do Brasil, programa que apresento com um baita orgulho.


Minha morada também mudou neste mês, como já tinha falado em outro post deste blog. Ainda estou me acostumando com o Lago Norte, com o Iguatemi (shopping super-humilde que leva as brasilienses à falência - e os maridos delas também), com a Galeteria Gaúcha, de excelente atendimento e cardápio de primeira (me senti no galeto do Restaurante Vera Cruz, em Santa Maria).

É o típico lugar gaurio, sem frescura e muito aconchegante, com o dono vindo na mesa de cada cliente puxar uma prosa.


Eu, de camiseta do Inter, fui abordado pelo anfitrião no meio do almoço:


- "Colorado de onde?"
- De Santa Maria.
- "Sou lá de perto, de Júlio de Castilhos..."


E por aí foi a conversa. Lembrando causos e lugares da região central do RS, falando do frio que nós deixamos lá abaixo do Trópico de Capricórnio e tal. É um restaurante para voltar mais vezes, recomendo!


Enquanto isso, outras novidades me aguardam nesse quadradinho aqui no meio do Planalto Central.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Há cinco anos, eu era: TIAGO MEDEIROS CAMPEÃO DA AMÉRICA

Há exatamente 5 anos, no dia 16/08/2006, eu conheci o sabor de uma Libertadores. Estive ali, na Popular, torci, vibrei, chorei... E postei aquela emoção única, que só posso retratar, mostrando a você aquelas mesmas palavras:

Foi o dia mais feliz da minha vida. Dezesseis de agosto de dois mil e seis. Eu, entre 55 mil pessoas, acompanhei uma vitória inesquecível do meu time do coração. Parti da Catedral, com muita fé no Colorado – para mim, uma religião – e recebi apoio em cada esquina, em cada rua, além de vaias dos secadores e muito vento no rosto.

Foram 290 Km de muita esperança até a capital dos gaúchos. Renovei minha confiança a cada bandeira colorada, que tremulava nas casas, e a cada conhecido que encontrei pelo caminho. Ao contrário das excursões passadas, embriaguei-me apenas pelos gritos da torcida. A tropa santa-mariense do Exército Vermelho estava pronta para combater os Bambi Troops.

Em Porto Alegre, estação derradeira, paramos ao lado do Gigante. A fila para ver o espetáculo resistiu duas horas, até que eu consegui vencê-la. Ao passar pelo Portão 8, avistei a arquibancada tomada de futuros campeões. Não havia lugar para mim. Fui para a minha posição cativa dos jogos de Quartas-de-Final e Semifinal. Contrariei as leis da física e ocupei o mesmo espaço que três mulheres, como se estivera no Tancredão das 18h. Juiz e equipes no campo, vai começar.

Sangue. Era necessário muito mais que vontade e qualidade técnica para vencer. Torcida, sorte e atenção triplicada seriam fundamentais para São Paulo e Inter. O palco da batalha era nosso, 55 mil contra três mil deles na platéia. A tradição era do inimigo, três títulos contra nenhum nosso. Mas Academia do Povo só tem uma, chama-se Inter, e lembre que nas veias Coloradas corre sangue latino e que, feliz é quem tem um coração alvirrubro para valer.

Suor. Nada vai nos separar, Inter. Ainda mais se tiveres guerreiros como os que lutaram na Batalha do Beira-Rio. De Clemer até Rafael Sóbis, com apoio de Michel e Ediglê, sob o comando do general Abelão. Todos correram e comeram a bola, como se fora a coisa mais importante de suas vidas. Eliminamos o campeão do mundo, com um jogador a menos em campo, e ficamos com a taça.

Lágrimas. Não havia como se conter. Estádio lotado, título inédito, tudo isso ao alcance dos meus olhos. Precisava de uma emoção deste tamanho, com magnitude 10 na escala cardíaca. Fernandão levanta a taça, é de verdade, Inter, Inter, nós somos campeões da América. Festa, gritos, volta olímpica, Abel em prantos, torcida também, conquista inesquecível, história para gerações futuras lembrarem.

Colorado, somos todos teus seguidores, do bairro Menino Deus até Yokohama. És Campeão da América, Dono do Continente, Patrão Latino, Melhor do Hemisfério Sul, Glória do Desporto Nacional, vivo a te exaltar. Para sempre te amarei, Internacional, orgulho meu e da América!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Você é do Sul?

Cheguei na Capital Federal em 25 de dezembro de 2010. Coisa de herdeiro da pampa pobre! As passagens no feriado custavam metade do preço do que nos dias 24, 26, 27, etc... O voo atrasou, foi uma várzea total, enfim, mas essa não é a tônica deste post.

A cada dia, eu aprendo como é ser gaúcho em Brasília. Vamos ver?

Gaúchos na TV
Já descobri vários conterrâneos jornalistas por aqui que trabalham em TV. Em todos os setores: reportagem, produção, edição. Mas logo na minha primeira manhã em Brasília, quando acordei no dia 26 e liguei a TV do quarto da pousada, vi a versão candanga do Nico Fagundes, um programa gaudério na TV Brasília (afiliada RedeTV!). O apresentador é um tio bonachão, comunicativo, usando um sotaque já desbotado por décadas vividas no Cerrado. Ele tentava fazer uma espécie de mini-Galpão Crioulo, sem plateia, mas com um violeiro e um gaiteiro de prontidão para cantar os nossos clássicos cancioneiros. Achei bem legal, embora nunca mais tenha assistido.

Guasca na padaria
Tomar um café na padoca foi um suplício. Cheguei para a tia da chapa e tasquei:
- Tia, me vê um café bem forte e uma torrada, por favor.
- "Como?"
- Café e torrada, tia.
- "Ô meu filho, a gente não tem torradeira aqui."
- Pode ser na chapa mesmo, naquela ali ó (apontando o dedo para a chapa)!
- "Ah, ali eu só faço misto-quente."
- Hmmm, é feito com o quê?
- "Pão, presunto e queijo. Pode ser com ovo ou sem."
- Ah tá, pode ser esse mesmo. Por favor, faz com cacetinho, tá?
- "Como?"

Gaurio no shopping
Vestindo camiseta do Inter, mateira completa no ombro, sorvendo um mate quente e amargo. Sigo pelo corredor, olhando uma vitrine e outra. Alguém para e me pergunta:
- "Opa, tá de boa? Você é do Sul?"
Pensei em responder:
- Não, sou da Dinamarca. Não tá vendo minhas feições nórdicas? Essa camisa aqui é do "OB Odense" e isso aqui na minha mão, o carioca que me vendeu ali fora jurou que é uma caipirinha.
Respondi:
- Sim, moro há pouco aqui.
- "Você deve estar acostumado a fazer churrasco..."
- É, eu me arrisco às vezes.
- "Eu também gosto de fazer churrasco. Sempre que posso asso uma carne para a mulher e as crianças."
- Ah, é? E que tipo de espeto tu usas?
- "Espeto? (...) Que espeto?"
(Em Brasília, bife na chapa é considerado churrasco)

Gaúcho no bar
Doze TVs LED 46 polegadas ligadas e bar lotado para mais uma rodada. Duas telas passam o jogo do Inter. Depois que eu vibrei muito com o gol do Damião, um torcedor do Vasco me diz:
- "Ô gaúcho. Você é do Sul mesmo?"
- Claro, tchê! De Santa Maria.
- "Já ouvi falar. (...) Como é Porto Alegre, hein?"
- É uma cidade bem legal, agitada, com boa vida cultural e tem uma baita rivalidade no futebol. Mas eu sou de Santa Maria, no interior... Uuuuuhhhhhhhh! (quase gol do D'Alessandro)
- "Tá bem o seu time, hein, gaúcho? Acho que vai ganhar de boa hoje."
- Vai sim. Tá completinho, com todos titulares.
- "Em Porto Alegre faz muito frio essa época?"
- Acho que nem tá tão frio, deve estar uns 12 graus pela previsão. Mas eu conheço mesmo é Santa Maria, coração do Estado, cidade universitária, tem 18 quartéis.
- "12 graus? Oooxi, é muito fria essa sua Porto Alegre, tchê, bah! (...) Ôôôô, vamo meu Vaxxxcão... Vamo meu Vaxxxcão..."
(...)
- Cara, na boa, não se fala "bah" depois de "tchê", tá? Fica a dica!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Be my Sky

Estou morando no Lago Norte, um bairro residencial, mas com boas opções de comércio, excelente estrutura com mercados, bares, restaurantes e um dos melhores shoppings de Brasília.

Antes, morei na Asa Norte, área nobre da cidade (embora minha antiga kit net não tivesse nada de nobre, a não ser a localização). Para se ter ideia, nem a TV pegava direito, só a Band tinha sinal decente.

Por isso, instalei a Sky.

A loja era no subsolo do meu prédio e o atendimento foi muito bom. Com o pay-per-view, eu assiti ao Gauchão e a todos os jogos do Colorado no Brasileirão. Virei fã do Dr. House, do Law & Order (incluindo o Los Angeles e Special Victims Unit), além do The Good Wife.

Depois dos jogos do Inter ainda dava para ouvir a Rádio Gaúcha, rir e me irritar com os comentários do Sala de Redação. Enfim, eu não estava mais sozinho na minha modesta kit net.

Mas aí eu me mudei para o Lago Norte e vi que a Sky não era tudo aquilo que prometia:

- Alô, eu preciso reinstalar o sinal da minha Sky no meu novo apartamento.
- Pois não aguarde só um minutinho.

(...) Três minutões depois (...)

- O senhor precisa estar há 6 meses conosco para solicitar a reinstalação e ainda estão faltando 15 dias, senhor.
- Então eu gostaria de cancelar o serviço.
- A gente pode estar abrindo uma exceção, senhor. Por favor, envie um comprovante atualizado do endereço por fax ou para o e-mail do nosso atendimento. (traduzindo: estamos te enrolando, mané!)

Enviei o dito e-mail com a versão digital do comprovante de pagamento do aluguel. Olha a resposta buRRocrática:

"Prezado Tiago,

Informamos que o anexo enviado foi desconsiderado, será aceito somente conta de água, luz, telefone, cartão de crédito, mas que tenha recebido pelo correio. Se não tiver nenhuma conta para apresentar, pode ser o contrato de aluguel, mas tem que ser autenticado no cartório."

Não, não era o anexo que estava sendo desconsiderado. Era eu, o cliente. Mais de 10 dias pagando por um sinal que eu não tinha. Cancelei de novo pelo site, desta vez. Na manhã seguinte, ligou um técnico da Sky:

- Sr. Tiago, gostaria de saber se podemos instalar amanhã de manhã os equipamentos no seu apartamento. Como faltam poucos dias para completar os seis meses, vamos abrir essa exceção (traduzindo: estamos nos borrando de medo de perder a comissão de um cliente que paga em dia).

Pensei e repensei por alguns segundos... Lembrei que o preço desse mesmo plano que eu tenho, pela NET, custaria, pelo menos, 60% mais caro e aceitei a reinstalação. Hoje de manhã, lá estava a minha TV com todos os canais funcionando perfeitamente. Até ri e me irritei com os comentários do Sala de Redação.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Jabá

Amigos, quem quiser colocar o seu blog aí, nessa coluninha de links no lado direito deste que você lê, é só falar. Como recomecei hoje, estou refazendo a lista de links e os amigos mais ativos terão prioridade, é claro!

O bom filho a casa torna

Meu Deus! Olhando o último post deste blog lembro que a fase não era muito boa, lá para as bandas de junho de 2009. De lá para cá, tanta coisa mudou. E eu não registrei quase nada disso nos meus blogs.


O Príncipe de Joinville foi abandonado, o Sporrus Literarius foi hackeado, o meu Live Spaces, do MSN, foi defenestrado. Tudo o que eu escrevi ficou apenas nas páginas do Diário de Santa Maria durante os meus frilas. Não é pouca coisa, pelo contrário, mas nada disso era sobre mim. 


Aliás, para falar a verdade, houve três vezes em que estive "presente" nos meus textos no DSM, na coluna Diário de um Ritmista, época do nosso carnaval de rua e dos desfiles da Unidos do Itaimbé em 2010. Alguém aí lembra? (...) Bom, deixa pra lá, minha mãe recortou e guardou tudo! 


O importante é que agora estou de volta ao mundo blogueiro. Tomara que eu consiga espantar a preguiça para contar a quem tiver interesse um pouco do cotidiano desse gaúcho que veio amarrar seu cavalo (entenda-se, estacionar seu carrinho empoeirado) na Praça dos Três Poderes. Quem me conhece sabe que vou escrever sobre o que mais gosto: samba, rádio, esportes... Mas nada impede que eu encontre (e poste sobre) novas paixões.


A propósito, é bem provável que isto aconteça.