sexta-feira, 15 de setembro de 2006

A importância do noticiário local

O ouvinte de rádio possui a sua escolha inúmeras formas de acompanhar a programação de sua emissora de rádio preferida. Com a gama existente no dial, na internet, no celular, entre outras formas, este ouvinte em determinado momento busca informações locais, que terão interesse para a sua vida, e/ou necessidade do momento.

Há o outro lado da moeda, como explicou em um artigo, a jornalista de Santos,  Rúbia Vasques . Devido ao grande número de emissoras, seus locutores, programadores e diretores deverão buscar a forma correta de conquistar cada vez mais seus ouvintes e conseqüentemente seus patrocinadores em potencial. Mas o que irá diferenciar uma emissora de outra e fielmente atrair seus ouvintes cativos? Para isso o rádio terá que estar cada vez mais próximo de seu ouvinte marcando sua presença, com ampla cobertura municipal e regional.

As origens do termo "rádio de proximidade" são francesas. Esta forma de abordar o rádio comercial local tem como sua pedra fundamental o conceito da proximidade entre a rádio e o seu ouvinte, seja ela geográfica ou cultural (ou ambas). Quanto mais perto de sua audiência estiver localizada a rádio mais ela será objeto de interesse de seus ouvintes. Já a proximidade cultural significa ter uma mesma origem social e cultural da população. A programação é construída a partir de um estudo das demandas sociais e culturais da área atingida pela emissora.

E quanto ao jornalismo radiofônico local não poderá ser diferente. A força do jornalismo numa emissora de rádio local é o instrumento que dá a ela a sensação de ser verdadeiramente local. Estações de rádio locais que querem atingir grande audiência e ignoram o jornalismo correm riscos. Num mercado cada vez mais disputado, o jornalismo é uma das poucas coisas que distinguem as emissoras locais de todas as outras. Afinal, notícias obtidas na esquina são tão ou mais importantes do que as recebidas de outras partes do mundo.

As informações locais tornam o morador com um diferencial em sua rotina. Estar sujeito a notícias “quentes” e típicas de uma região é possuir características comuns e ao mesmo tempo distintas dos ouvintes das outras rádios, já que os santa-marienses estarão sujeitos não somente a seus problemas diários, mas recebem diretamente a interferência do mundo em que vivem. Através da síntese noticiosa local, será possível passar e receber informações que supram a necessidade básica de desenvolvimento deste povo, manutenção da cultura local e de sua identidade.

Ser "local" em Santa Maria significa acordar sob 5°C, almoçar com 23°C e ir dormir a 6°C, tomar um chimarrão em turma no Calçadão ou no campus, fazer cooper/caminhada na avenida Medianeira, ir ao estádio torcer pelo Inter-SM e/ou Riograndense. Conhecer gírias de estudantes, porque provavelmente alguém da família "tá na facul" ou vai "fazer o vestiba". Encontrar um radialista tomando cafezinho em algum ponto fixo do Calçadão. Ver milicos correndo na beira das BRs ou passar por, no mínimo, dois ônibus do Exército por dia. Ouvir aviões cruzarem sobre a casa ou sala de aula/trabalho. Cantarolar, sem perceber, “Sol na praça, Presidente / Quente é teu calor”.

Ser "local" em Santa Maria, pode ser também, ouvir uma síntese noticiosa local, com o padrão de jornalismo da CDN/Gaúcha, logo após o programa do Nando Gross, líder inconteste de audiência na cidade. Estas são algumas das características e peculiaridades dos que moram em Santa Maria e podem se vangloriar da qualidade de vida da cidade universitária.

domingo, 10 de setembro de 2006

Cotidiano VII - BOLETIM PARA SALVAR A PÁTRIA

OBS. 1: Radar Esportivo. Todo sábado, às 11h, na Rádio Universidade - 800 AM

OBS. 2: Amigos leitores, passem a ler meus textos agora no blog Sporrus Literarius. Postarei com o nick Banlieue (periferia, em francês). O nick já identifica: dia-a-dia de moradores dos arrabales, da outskirts, da boa e velha periferia - o lugar da maioria. http://www.sporrusliterarius.rg3.net/

O Radar tava massa neste sábado. Perdi o ônibus das 8h50min, mas não dá nada. O importante era chegar até 10h15min. Cheguei 10h20min. Fui escalado para fazer boletins ao vivo da Copa Mercosul de Handebol, no ginásio da UFSM. Onze da manhã em ponto, o programa entrou no ar e eu fui para a minha pauta a pezito.

Como diria Mamonas, "chegando lá, mas que vergonha", tinha pouca gente, muito pouca gente. Tá certo que o evento tinha sido transferido devido à chuva, mas o público era ´resumido a quem ia jogar depois d apartida em andamento.

Mas a várzea estava por vir. O Organizador do evento chegou atrasado, ficou me enrolando, fez 1.349.235 cálculos estequiométricos, 23 triângulos de pascal, 12 PG, 97 regras de três até definir a fase final com os quatro melhores de cada chave. Como ele ainda estava envolto em cálculos, fiz um boletim informativo, com a rodada da noite e sem entrevistas.

Durou 42 segundos, como ensinou Ferraretto. Quando eu encerrei a participação, falei "volto a qualquer momento, ao comando dos apresentadores e da editora do programa". Àquela altura dos acontecimentos, eu queria voltar para o estúdio e ouvir os comentários do grande Gilson Piber, já que estava sem radinho e só entrei no ar, devido a um reflexo auditivo. Alguém que disse "eiros" no estúdio, eu achei que fosse eu, esperei dois segundos e entrei na hora certa.

Mas quando eu dei uma conguinha no Tal Organizador e saí do ginásio, às 11:48, tocou o telefone:
Editora: Tu tens como fazer outro boletim? A gente não tá conseguindo contato com o Gilson!
Eu: Bah! Posso falar com o organizador ao vivo no ar. Mas espera um minuto, porque eu já tava saindo do ginásio e indo para aí.
Editora: Tá, daqui a um minuto eu te ligo.

Voltei ao ginásio. Na cara de pau, sentei ao lado do Senhor Organizador e chamei ele para o boletim. Entrevistei ele, às 11:50.O boletim durou dois minutos e 43 segundos. Salvei a pátria do programa e contrariei todos os livros de radiojornalismo que já li.

Na entrevista ao vivo, o Organizador falou que haviam pensado em não realizar mais a Copa, mas que cumpriram com o objetivo deste ano. A verdade é que foi uma várzea: Um time uruguaio desclassificado por indisciplina (com cinco atletas expulsos) e o time da Unisc, indo embora mais cedo, sem jogar a fase final, por descontentamento com a arbitragem.

Lamentável.

Casa Nova

Amigos leitores,

Passem a ler meus textos agora no blog Sporrus Literarius. Postarei com o nick Banlieue (periferia, em francês). O nick já identifica: dia-a-dia de moradores dos arrabales, da outskirts, da boa e velha periferia - o lugar da maioria.

www.sporrusliterarius.rg3.net

sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Cotidiano VI – PERDEU, PERDEU, PERDEU

Setembro, sete, 2006 – 5h45min
Velho da Montanha prometeu que não vai beber mais.

Setembro, sete, 2006 – 4h40min
Saio do baile funk, com as mesmas características das festas anteriores. Eu, aparentemente bêbado, desço as escadas do Clube, ando sobre o tapete vermelho e, na porta, estão o Velho e o Deutsch. Como assim o Velho e o Deutsch?

Setembro, sete, 2006 – 1h20min
Entro no baile funk com o Velho e o Deutsch. Estamos visivelmente embriagados com 1870ml de conhaque (menos 200ml, da primeira garrafa, que o Deustch derrubou na Bozzano). Como eu era o menos borracho, guiava os meus amigos. Solicitei que eles chamassem o Hugo e as criaturas se negaram. Não queriam desperdiçar o Presidente. Eu me afastei um pouco no salão, olhei para trás e não vi mais. Os seguranças tiraram eles do baile, mas eu ainda não sabia.

Setembro, seis, 2006 – 22h40min (7°C)
Na parada do Oreco, sobe o Deutsch no Tancredão. Percebi que a garrafa que eu tinha seria pouco para a sede dos meus parceiros. Uma hora depois, chega o Velho e percebe que meio recipiente já tinha ido garganta abaixo. Ele resolve comprar mais um, o Presidente.

Setembro, sete, 2006 – 4h42min
O Velho e o Deutsch ainda não haviam se curado do porre e eu estava mais tonto, após duas loiras geladas e uma morena quente consumidas no baile. Mas como diria o mestre: “Os caras são sujo”. Na porta do Clube, me contaram: Tinham roubado o Velho e o Deutsch na rua, levaram carteira, documentos e tudo mais. Deram um pau e assaltaram meus parceiros enquanto eu estava longe.

Setembro, sete, 2006 – 5h05min
Ao invés de estar no Tancredão, contabilizando os sucessos da noite, estava na delegacia tentando desenrolar a língua para registrar a queixa. Foi um parto dizer Distrito Federal (lembrando que já não falamos mais em Presidente). Resultado: não vão achar os manos que assaltaram, os documentos terão que ser refeitos, além de um exame no corte que o Deutsch levou na mão.

Setembro, sete, 2006 – 6h (3°C)
Peguei o ônibus para a Cohab, cheguei em casa e dormi demais. Perdi o futebol das 11h. Mas não dá nada, o jogo vira.

terça-feira, 5 de setembro de 2006

Um scrap que virou post

Jornalista do meu Brasil, adoradora do mar, Repórter Fotográfica (com iniciais maiúsculas), bela como o centro de seu sobrenome, parabéns por mais um aninho neste mundo.

O fundo do meu coração lembra que pena que a primavera não é só de flores, nem a vida só de amores. Meus recados não falam de rosas, mas dessa loira com raízes impregnadas no meu modesto quintal.

Não sou seresteiro, nem faço trovas conversando com o luar, mas não deixo de te desejar mais um lindo ano como foi este. Se houver pedras no teu caminho, olhe bem. Podem ser alguns pedaços de carinho te fazendo tropeçar. Quero que a tua felicidade seja do tamanho que tu merece.

Atrás desta prosa em poesia, existe um rosto de mulher, um toque de bruxaria enfeitiçando corações. Meu lampião a meia-luz iluminava minhas recordações de rusgas, brigas e muitas alegrias e outras imagens que já não voltam mais.

Feliz aniversário

(texto em homenagem a uma colega que esteve de aniversário em 03-09)