sexta-feira, 15 de setembro de 2006

A importância do noticiário local

O ouvinte de rádio possui a sua escolha inúmeras formas de acompanhar a programação de sua emissora de rádio preferida. Com a gama existente no dial, na internet, no celular, entre outras formas, este ouvinte em determinado momento busca informações locais, que terão interesse para a sua vida, e/ou necessidade do momento.

Há o outro lado da moeda, como explicou em um artigo, a jornalista de Santos,  Rúbia Vasques . Devido ao grande número de emissoras, seus locutores, programadores e diretores deverão buscar a forma correta de conquistar cada vez mais seus ouvintes e conseqüentemente seus patrocinadores em potencial. Mas o que irá diferenciar uma emissora de outra e fielmente atrair seus ouvintes cativos? Para isso o rádio terá que estar cada vez mais próximo de seu ouvinte marcando sua presença, com ampla cobertura municipal e regional.

As origens do termo "rádio de proximidade" são francesas. Esta forma de abordar o rádio comercial local tem como sua pedra fundamental o conceito da proximidade entre a rádio e o seu ouvinte, seja ela geográfica ou cultural (ou ambas). Quanto mais perto de sua audiência estiver localizada a rádio mais ela será objeto de interesse de seus ouvintes. Já a proximidade cultural significa ter uma mesma origem social e cultural da população. A programação é construída a partir de um estudo das demandas sociais e culturais da área atingida pela emissora.

E quanto ao jornalismo radiofônico local não poderá ser diferente. A força do jornalismo numa emissora de rádio local é o instrumento que dá a ela a sensação de ser verdadeiramente local. Estações de rádio locais que querem atingir grande audiência e ignoram o jornalismo correm riscos. Num mercado cada vez mais disputado, o jornalismo é uma das poucas coisas que distinguem as emissoras locais de todas as outras. Afinal, notícias obtidas na esquina são tão ou mais importantes do que as recebidas de outras partes do mundo.

As informações locais tornam o morador com um diferencial em sua rotina. Estar sujeito a notícias “quentes” e típicas de uma região é possuir características comuns e ao mesmo tempo distintas dos ouvintes das outras rádios, já que os santa-marienses estarão sujeitos não somente a seus problemas diários, mas recebem diretamente a interferência do mundo em que vivem. Através da síntese noticiosa local, será possível passar e receber informações que supram a necessidade básica de desenvolvimento deste povo, manutenção da cultura local e de sua identidade.

Ser "local" em Santa Maria significa acordar sob 5°C, almoçar com 23°C e ir dormir a 6°C, tomar um chimarrão em turma no Calçadão ou no campus, fazer cooper/caminhada na avenida Medianeira, ir ao estádio torcer pelo Inter-SM e/ou Riograndense. Conhecer gírias de estudantes, porque provavelmente alguém da família "tá na facul" ou vai "fazer o vestiba". Encontrar um radialista tomando cafezinho em algum ponto fixo do Calçadão. Ver milicos correndo na beira das BRs ou passar por, no mínimo, dois ônibus do Exército por dia. Ouvir aviões cruzarem sobre a casa ou sala de aula/trabalho. Cantarolar, sem perceber, “Sol na praça, Presidente / Quente é teu calor”.

Ser "local" em Santa Maria, pode ser também, ouvir uma síntese noticiosa local, com o padrão de jornalismo da CDN/Gaúcha, logo após o programa do Nando Gross, líder inconteste de audiência na cidade. Estas são algumas das características e peculiaridades dos que moram em Santa Maria e podem se vangloriar da qualidade de vida da cidade universitária.

domingo, 10 de setembro de 2006

Cotidiano VII - BOLETIM PARA SALVAR A PÁTRIA

OBS. 1: Radar Esportivo. Todo sábado, às 11h, na Rádio Universidade - 800 AM

OBS. 2: Amigos leitores, passem a ler meus textos agora no blog Sporrus Literarius. Postarei com o nick Banlieue (periferia, em francês). O nick já identifica: dia-a-dia de moradores dos arrabales, da outskirts, da boa e velha periferia - o lugar da maioria. http://www.sporrusliterarius.rg3.net/

O Radar tava massa neste sábado. Perdi o ônibus das 8h50min, mas não dá nada. O importante era chegar até 10h15min. Cheguei 10h20min. Fui escalado para fazer boletins ao vivo da Copa Mercosul de Handebol, no ginásio da UFSM. Onze da manhã em ponto, o programa entrou no ar e eu fui para a minha pauta a pezito.

Como diria Mamonas, "chegando lá, mas que vergonha", tinha pouca gente, muito pouca gente. Tá certo que o evento tinha sido transferido devido à chuva, mas o público era ´resumido a quem ia jogar depois d apartida em andamento.

Mas a várzea estava por vir. O Organizador do evento chegou atrasado, ficou me enrolando, fez 1.349.235 cálculos estequiométricos, 23 triângulos de pascal, 12 PG, 97 regras de três até definir a fase final com os quatro melhores de cada chave. Como ele ainda estava envolto em cálculos, fiz um boletim informativo, com a rodada da noite e sem entrevistas.

Durou 42 segundos, como ensinou Ferraretto. Quando eu encerrei a participação, falei "volto a qualquer momento, ao comando dos apresentadores e da editora do programa". Àquela altura dos acontecimentos, eu queria voltar para o estúdio e ouvir os comentários do grande Gilson Piber, já que estava sem radinho e só entrei no ar, devido a um reflexo auditivo. Alguém que disse "eiros" no estúdio, eu achei que fosse eu, esperei dois segundos e entrei na hora certa.

Mas quando eu dei uma conguinha no Tal Organizador e saí do ginásio, às 11:48, tocou o telefone:
Editora: Tu tens como fazer outro boletim? A gente não tá conseguindo contato com o Gilson!
Eu: Bah! Posso falar com o organizador ao vivo no ar. Mas espera um minuto, porque eu já tava saindo do ginásio e indo para aí.
Editora: Tá, daqui a um minuto eu te ligo.

Voltei ao ginásio. Na cara de pau, sentei ao lado do Senhor Organizador e chamei ele para o boletim. Entrevistei ele, às 11:50.O boletim durou dois minutos e 43 segundos. Salvei a pátria do programa e contrariei todos os livros de radiojornalismo que já li.

Na entrevista ao vivo, o Organizador falou que haviam pensado em não realizar mais a Copa, mas que cumpriram com o objetivo deste ano. A verdade é que foi uma várzea: Um time uruguaio desclassificado por indisciplina (com cinco atletas expulsos) e o time da Unisc, indo embora mais cedo, sem jogar a fase final, por descontentamento com a arbitragem.

Lamentável.

Casa Nova

Amigos leitores,

Passem a ler meus textos agora no blog Sporrus Literarius. Postarei com o nick Banlieue (periferia, em francês). O nick já identifica: dia-a-dia de moradores dos arrabales, da outskirts, da boa e velha periferia - o lugar da maioria.

www.sporrusliterarius.rg3.net

sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Cotidiano VI – PERDEU, PERDEU, PERDEU

Setembro, sete, 2006 – 5h45min
Velho da Montanha prometeu que não vai beber mais.

Setembro, sete, 2006 – 4h40min
Saio do baile funk, com as mesmas características das festas anteriores. Eu, aparentemente bêbado, desço as escadas do Clube, ando sobre o tapete vermelho e, na porta, estão o Velho e o Deutsch. Como assim o Velho e o Deutsch?

Setembro, sete, 2006 – 1h20min
Entro no baile funk com o Velho e o Deutsch. Estamos visivelmente embriagados com 1870ml de conhaque (menos 200ml, da primeira garrafa, que o Deustch derrubou na Bozzano). Como eu era o menos borracho, guiava os meus amigos. Solicitei que eles chamassem o Hugo e as criaturas se negaram. Não queriam desperdiçar o Presidente. Eu me afastei um pouco no salão, olhei para trás e não vi mais. Os seguranças tiraram eles do baile, mas eu ainda não sabia.

Setembro, seis, 2006 – 22h40min (7°C)
Na parada do Oreco, sobe o Deutsch no Tancredão. Percebi que a garrafa que eu tinha seria pouco para a sede dos meus parceiros. Uma hora depois, chega o Velho e percebe que meio recipiente já tinha ido garganta abaixo. Ele resolve comprar mais um, o Presidente.

Setembro, sete, 2006 – 4h42min
O Velho e o Deutsch ainda não haviam se curado do porre e eu estava mais tonto, após duas loiras geladas e uma morena quente consumidas no baile. Mas como diria o mestre: “Os caras são sujo”. Na porta do Clube, me contaram: Tinham roubado o Velho e o Deutsch na rua, levaram carteira, documentos e tudo mais. Deram um pau e assaltaram meus parceiros enquanto eu estava longe.

Setembro, sete, 2006 – 5h05min
Ao invés de estar no Tancredão, contabilizando os sucessos da noite, estava na delegacia tentando desenrolar a língua para registrar a queixa. Foi um parto dizer Distrito Federal (lembrando que já não falamos mais em Presidente). Resultado: não vão achar os manos que assaltaram, os documentos terão que ser refeitos, além de um exame no corte que o Deutsch levou na mão.

Setembro, sete, 2006 – 6h (3°C)
Peguei o ônibus para a Cohab, cheguei em casa e dormi demais. Perdi o futebol das 11h. Mas não dá nada, o jogo vira.

terça-feira, 5 de setembro de 2006

Um scrap que virou post

Jornalista do meu Brasil, adoradora do mar, Repórter Fotográfica (com iniciais maiúsculas), bela como o centro de seu sobrenome, parabéns por mais um aninho neste mundo.

O fundo do meu coração lembra que pena que a primavera não é só de flores, nem a vida só de amores. Meus recados não falam de rosas, mas dessa loira com raízes impregnadas no meu modesto quintal.

Não sou seresteiro, nem faço trovas conversando com o luar, mas não deixo de te desejar mais um lindo ano como foi este. Se houver pedras no teu caminho, olhe bem. Podem ser alguns pedaços de carinho te fazendo tropeçar. Quero que a tua felicidade seja do tamanho que tu merece.

Atrás desta prosa em poesia, existe um rosto de mulher, um toque de bruxaria enfeitiçando corações. Meu lampião a meia-luz iluminava minhas recordações de rusgas, brigas e muitas alegrias e outras imagens que já não voltam mais.

Feliz aniversário

(texto em homenagem a uma colega que esteve de aniversário em 03-09)

domingo, 20 de agosto de 2006

Cotidiano V – TIAGO MEDEIROS CAMPEÃO DA AMÉRICA

Foi o dia mais feliz da minha vida. Dezesseis de agosto de dois mil e seis. Eu, entre 55 mil pessoas, acompanhei uma vitória inesquecível do meu time do coração. Parti da Catedral, com muita fé no Colorado – para mim, uma religião – e recebi apoio em cada esquina, em cada rua, além de vaias dos secadores e muito vento no rosto.

Foram 290 Km de muita esperança até a capital dos gaúchos. Renovei minha confiança a cada bandeira colorada, que tremulava nas casas, e a cada conhecido que encontrei pelo caminho. Ao contrário das excursões passadas, embriaguei-me apenas pelos gritos da torcida. A tropa santa-mariense do Exército Vermelho estava pronta para combater os Bambi Troops.

Em Porto Alegre, estação derradeira, paramos ao lado do Gigante. A fila para ver o espetáculo resistiu duas horas, até que eu consegui vencê-la. Ao passar pelo Portão 8, avistei a arquibancada tomada de futuros campeões. Não havia lugar para mim. Fui para a minha posição cativa dos jogos de Quartas-de-Final e Semifinal. Contrariei as leis da física e ocupei o mesmo espaço que três mulheres, como se estivera no Tancredão das 18h. Juiz e equipes no campo, vai começar.

Sangue. Era necessário muito mais que vontade e qualidade técnica para vencer. Torcida, sorte e atenção triplicada seriam fundamentais para São Paulo e Inter. O palco da batalha era nosso, 55 mil contra três mil deles na platéia. A tradição era do inimigo, três títulos contra nenhum nosso. Mas Academia do Povo só tem uma, chama-se Inter, e lembre que nas veias Coloradas corre sangue latino e que, feliz é quem tem um coração alvirrubro para valer.

Suor. Nada vai nos separar, Inter. Ainda mais se tiveres guerreiros como os que lutaram na Batalha do Beira-Rio. De Clemer até Rafael Sóbis, com apoio de Michel e Ediglê, sob o comando do general Abelão. Todos correram e comeram a bola, como se fora a coisa mais importante de suas vidas. Eliminamos o campeão do mundo, com um jogador a menos em campo, e ficamos com a taça.

Lágrimas. Não havia como se conter. Estádio lotado, título inédito, tudo isso ao alcance dos meus olhos. Precisava de uma emoção deste tamanho, com magnitude 10 na escala cardíaca. Fernandão levanta a taça, é de verdade, Inter, Inter, nós somos campeões da América. Festa, gritos, volta olímpica, Abel em prantos, torcida também, conquista inesquecível, história para gerações futuras lembrarem.

Colorado, somos todos teus seguidores, do bairro Menino Deus até Yokohama. És Campeão da América, Dono do Continente, Patrão Latino, Melhor do Hemisfério Sul, Glória do Desporto Nacional, vivo a te exaltar. Para sempre te amarei, Internacional, orgulho meu e da América!

terça-feira, 15 de agosto de 2006

Cotidiano IV - GRANDE FINAL

É um dos momentos mais esperados desta vida que te escreve. Nunca soube quando iria acontecer, mas tinha certeza de que um dia eu seria agraciado. Esta quarta-feira (16/08/2006) vai entrar na minha história. Será uma viagem diferente de todas as outras. Como sempre, não entrarei na Verde Maria Fumaça dos meus colegas, pois essa oferece uma viagem bem mais longa. O destino será o mesmo. Chegaremos àquele que, como ele, só ele pode ser.

Dezenas estarão comigo, milhares gritarão comigo, milhões vibrarão comigo. A grande final se aproxima a passos lentos e eu não sei se tenho pressa de viver esta emoção. Tenho plena confiança na vitória, mas o receio ainda existe. Deixamos o adversário mais difícil para a última batalha, a mais espetacular disputa de todos os tempos.

Já disse que não estarei sozinho, com corpo na platéia e coração dividido nas armas de onze guerreiros dentro do campo, serei a representação dos meus clãs: a Facos, o Residencial Piratini, a Rádio CDN, a Rádio Universidade, o Comando Outskirts, a ABC. Vou me apresentar ao Exército Vermelho, com fardamento completo e mochila com mantimentos.

Colorado, meu Colorado. Nada vai nos separar. Vou ao teu encontro mais uma vez e sei que tu vais me dar a maior alegria dos meus 20 anos. Contarei esta epopéia aos meus netos, quando estiver aposentado e ganhando bem. Ninguém sabe as mágoas que eu trago no peito, porém vou transformá-las em gritos e apoio para o nosso inédito e maior êxito.

Academia do Povo só tem uma, e ela será a maior força do continente. Vamos lutar, vamos vencer e o inimigo jamais vamos temer. Vou para o Beira-Rio torcer para o time que sou fã e empurrá-lo para a vitória com a minha voz, mais poderosa que o mau agouro dos contrários. Salve Bodinho, Dom Elias e também o Falcão. Salve Tinga, Sóbis e Fernandão.

Se o capitão Clemer erguer a taça da Libertadores, esta cena ficará para sempre na minha memória. Ficará como lembrança dos que lutaram por isso, tempos atrás, e não estão aqui para comemorar conosco. Estará nas imagens eternas dos que ainda virão adorar esta entidade. Vou para a peleia contigo, meu Colorado. Inter é minha Vida, Inter é minha História, Inter é meu Amor.

terça-feira, 25 de julho de 2006

Ontem o luar

Jogo decisivo. Estádio quase lotado, apenas um pedaço de arquibancada atrás do gol, reservado para a torcida adversária que ainda não chegou. Times entram em campo, perfilam-se com o trio de arbitragem. E atrás do outro gol está um dos 50 mil torcedores fanáticos que assistiriam àquela vitória.

Ele vê o luar no céu da capital, contrariando a nebulosidade prevista na TV. Uma hora antes do jogo, começa a cantar. Nada vai nos separar... Somos todos teu seguidores... Para sempre vou te amar... Amar? Logo ele, que parecia não amar ninguém. Não conheço outro mais racional que o nosso torcedor. Time, time querido... Pra cima deles... A torcida está contigo...

Agora entendo, ele não ama ninguém fora do estádio, mas quando pisa na arquibancada e pula nela, fazendo-a tremer, adora seu time acima de tudo. Ele tem sorte, seu time é bom. Seu amor lhe faz feliz. É claro que ele reclama, afinal são apenas três horas e meia de relação com seu time contra mais de 20 horas em um jogo bem mais difícil.

É um sentimento... Para mim uma religião... Salve Bodinho, Dom Elias também o Falcão... Antes do jogo, ele se vira geograficamente, para o lugar de onde viera. Lá está a lua, como se fora um espelho que refletisse a sua casa, o seu habitat. Via a sua mãe, sua irmã, seu irmão um pouco mais perto e o time alguns metros abaixo, na sua frente.


A zaga se defende... Toma a bola, lança em profundidade na meia esquerda... Vai meu filho, na velocidade... Passou de viagem pelo zagueiro, enveredou pelo meio... Chegou na meia-lua, apontou, atirou... Goooooooooooooool... Goooooooooooooool... Dáááááá-lheeee... Iaaaahuhuhuhuhuhuhuhu... Gooooolaaaaçooooo...

Torcedor feliz, seu ópio é permitido em lei. Seu amor é correspondido pelo placar eletrônico e eventuais decepções são igualmente divididas entre milhões de apaixonados. ... Minha vida ... Minha história ... Meu amor ... Canta, vibra, torce. Quem está ao teu lado não te conhece, que te viu e não gostou não te conhece, quem te abraçou não te conhece.

Vamo, Vamo, Vamo meu torcedor... Eu sigo te apoiando... Por este campeonato... O céu está claro e a grande final está longe. Ontem o luar me disse: Por mais difícil que seja, um dia o jogo vira e tu vences.

segunda-feira, 3 de julho de 2006

O céu está chorando

Modéstia à parte, eu sempre fui criativo para colocar apelidos nas pessoas. Alemoa, Bagaciro, Infanie, todos de grande repercussão na Facos. Também gostava de fazer trocadilhos com os sobrenomes dos outros, mas não faço mais. Por causa disso, uma coisa me intriga bastante: Como futuros comunicadores podem ser tão displicentes na “arte de criar apelidos”?

Em uma turma de duas pessoas de mesmo nome, simplesmente chamam uma de ‘inha’ e outra de ‘ão’. Lamentável! É preciso algo mais do que Garnier, Dove e Albany nestas cabeças. Além disso, Lauro Quadros já dizia que jornalista é aquele que separa o joio do trigo (e fica com o joio).

Mas como separar duas loiras, de qualidade semelhante, mas de estilos tão diferentes? Pelo nome, talvez. E este é um trabalho para mim. Sim, eu mesmo descobriria um método de diferenciá-las, e precisava de uma para ser a minha inspiradora. Não foi difícil. Se eu estava em busca Da Musa, achei DanuZa. Equivalência perfeita. Ela, a Facco, a Mattiazzi, a maior.

Ela vai além das estrelas supernovas da TV Campus. Ela reúne energia de um conjunto de estrelas, de alguns sóis e outros satélites naturais. Não a chamo de galáxia porque os planetas são apagados e os asteróides apenas incomodam. A ela, serve a alcunha de Constelação. Uma Constelação em Forma de Mulher.

Um ciclo encerra nesta constelação. Abre-se outro. Uma hora e meia em frente ao computador, cuidando as palavras, é muito pouco para presenteá-la. Estas estrelas não morrem, não envelhecem, não caem, não aparecem apenas à noite. Se fosse possível ser meio-dia e o céu estar chorando em todas as partes do mundo, ao mesmo tempo, DanuZa iria matizar do Agreste ao Oceano, do pico mais alto ao vale mais profundo.

Experiência não falta. Ela já iluminou Silveira Martins, Júlio de Castilhos e, até a Assembléia Legislativa do Estado onde lecionou Sérgio Zambiasi, Iara Wortmann e outros. Se fosse preciso mau tempo para termos o seu sorriso como ornamento, não cansaríamos de dizer: O céu está chorando.


Texto em homenagem à colega citada que aniversaria hoje

segunda-feira, 26 de junho de 2006

Cotidiano III - DE ONDE MENOS SE ESPERA

A Campanha do Agasalho reservou algumas surpresas esperadas. Como assim? Bom, já haviam me falado que as pessoas mais humildes doariam mais. Acreditei. Porém, quando constatei, fiquei emocionado. O primeiro bairro visitado, pela caravana sul da nossa campanha, foi o Parque Dom Antônio Reis. A elite econômica da zona sul mora lá.

Logo no início, os meninos do BOE Mirim, incansáveis crianças, conseguiram muitos agasalhos, superando a zona oeste e a leste com folga. Resolvi passar por uma rua pequena, sozinho, em busca de doações. Casas suntuosas marcavam o local. Em meio a elas, uma casa humilde, nos fundos de um pátio mal cuidado. No portão, que quase caía, uma senhora negra, aparentando quarenta anos, segurava uma sacola.

Na hora, pensei: "Os mais pobres são os que mais doam". Por outro lado, lembrei: "As outras casas estão fechadas, não é possível que esta senhora tenha doação. É viagem minha. Vou passar reto..." Viagem mesmo foi ter passado isso pela minha cabeça. Fui lá: "A senhora tem doação para a Campanha do Agasalho?" Ela me entregou a sacola e voltou sorridente para casa. Ali, havia várias roupas para bebê.


E foi assim, em todo o trajeto. Um homem que foi do Parque Dom Antônio Reis até a vila Tomazetti atrás da caravana, para doar agasalho. Um senhor que tirou a jaqueta do corpo para juntar às doações de sua esposa, na vila Quitandinha. Foi a melhor coisa que já fiz na rádio onde trabalho. Até apelidei, durante a transmissão, de Estação da Solidariedade.

No fim, a zona sul foi a que mais arrecadou, vencendo
por menos de 100 agasalhos a zona oeste e por mil a região leste. Os vencedores serão os mais carentes da cidade que irão receber mais de oito mil agasalhos arrecadados na nossa campanha e outros milhares que a prefeitura já arrecadou. Agradeço à cidade por esta experiência ímpar.

segunda-feira, 19 de junho de 2006

A pior traição

Carnaval tem dessas coisas
Desfilei pela Unidos do Itaimbé
parece que fui vítima
De uma nova emoção
Ou fui promotor
de uma grande traição

Eu sempre fui Vila Brasil
o meu melhor amigo
De 1º grau torcia comigo pela alvi-rubra
e a mulher
Casada com meu irmão, somada à minha irmã,
À vizinha da esquerda e a da direita
Torciam pela minha ex-agremiação

Não sei exatamente o por quê
que eu mais amei
A verde-rosa da Silva Jardim

Dizem que
fizeram um complô
Para nos unir
Mas para a Vila, bastou um esforço pequeno
para nos separar

por pouco não me afastei
De vez da avenida
Entre o gravador da rádio e a baqueta do surdo,
Eu escolhi a companhia
dos dois

apenas perdi
Na apuração, mas foi o de menos
a confiança dela
- Da escola -
Na baqueta do meu surdo, no meu entusiasmo
Foi ao nível máximo

e o resto de consideração
Foi equivalente ao
que ela tinha
Pelos nascidos na Itaimbé

Não traí a Vila Brasil
Porque não vivi a Vila Brasil
Apenas escrevo esta
Ode a verde-rosa vivida
por mim

domingo, 18 de junho de 2006

Para sempre vou te amar

Internacional de 1979
Título invicto, o único da história
não consigo esquecer
Sport Club de glórias
Exalto tuas vitórias
o maior amor que já tive,

procuro e não consigo achar
Algo que se compare a este sentimento, esta religião
Outra pessoa já teria trocado, mas não há
quem preencha esta parte do meu coração;

meus amigos
Conheço atrás do gol, eles sempre
dão força, eu preciso de mais;
Vibração a cada minuto
preciso de alguém que pergunte
Quanto tempo falta para acabar a partida

onde eu fui?
Na Popular do Inter
com quem eu estava?
Com a banda mais louca do Estado

Lá, é aceito somente colorado de fé
e que queira realmente
Empurrar o Inter para a vitória sempre
Cantar o jogo inteiro e
saber tudo isso
É difícil pra caramba

e eu pensei que ela
- A Popular – Fosse apenas mais uma modinha
Mas não, mesmo que não
quisesse
Ficaria marcada na história
Do Gigante da Beira-Rio

eu pensei que ela
- A Popular - Não teria futuro, mas não
Desde o início, houve quem
gostasse
E agora, ela – A Popular – está acrescida
de mim

Cotidiano II – AO SOM DO DJAVAN

Frio. Como tem feito frio nos últimos dias. Clima típico de junho, tempinho que me deixa pensativo. Os pensamentos se confundem em um sábado à noite, à espera de um programa. Essa simbiose mental resulta em um emaranhado ilegível a pessoas comuns:

“Por você vou passar sorrindo, sobrepujar este querer ruim, mal que...” “... Deus não pune a quem se deu...” “... será que era pra ser assim, uma dor seguida de outra dor...” “... pega o sábado e enfia no...” “... com esse timinho da Austrália, tá no papo...” “... sem o Bussunda perde a metade da graça...”

Penso ao som de Flor de Lis e escrevo ouvindo Meu Bem Querer.

“... um anjo pousou na minha vida...” “... esse Alemão fica inventando história pra não ir trabalhar...” “... eu vi, por amor sincero, alguém jurar a estrela d’alva e buscar, e ao seu bem oferecer...” “... dois destaques para fazer, pqp...” “... vou distribuir estes ingressos amanhã...”

“... Frio, meu Deus, como está frio...” “... Vou parar de escrever e vou dormir...” “... Dormir? Hoje é sábado...” “... Ah! Que se foda, enfia o sábado no (.)!!!...”

sexta-feira, 16 de junho de 2006

Cotidiano I - ONTEM

Ontem, revirando uma gaveta de repente, dei de cara com a saudade em minha frente. Era uma fotografia de perfil, ela me olhava. Pois é, parecia já que adivinhava, que jamais daria certo o nosso amor. Parecia que já pressentia a dor, pois no verso uma dedicatória traz: Que eu lhe tenha na memória sempre, sempre, sempre, mas a foto amarelou.

E aquele amor que o tempo engavetou, ao lado de um sachê, me trouxe até ela. O filme que passou "Feliz, Mas Sem Ela". Só hoje que eu pude entender que ontem, revirando uma gaveta de repente, dei de cara com a saudade em minha frente...

segunda-feira, 12 de junho de 2006

O dia seria bom

Quando eu acordei, dizia-se: quatro graus nos estúdios, um grau e um décimo na Base Aérea. Bah, eu estava indo para a Universidade, lá pertinho da Base Aérea. Meu destino era o lugar mais frio da cidade. Aula que poderia não render o esperado.

Que vontade de ficar na cama! Mas não, eu iria para a aula, algo me dizia que o dia seria bom. Saí de casa 7h23min30seg, faltava um minuto e meio para o meu ônibus. Puta merda, só falta eu perder o Tancredão depois de ter acordado cedo. Não, eu consegui pegar o busão.

O dia seria bom. Cheguei à Facos, a aula foi pior do que o esperado. Saí no intervalo e vibrei com a virada da Austrália. Eu reagia no Bolão da Facos, mas não ganhei dois pontos na partida por muito pouco.

Um ligação logo cedo e uma mensagem ainda de manhã colocavam em risco as minhas expectativas otimistas, mas que nada: o dia seria bom. Ainda mais depois de ver o massacre da República Tcheca sobre a seleção dos Estados Unidos. O jogo vira, como diria o tio do Ciro. Devo sair das últimas colocações no Bolão.

Cancelo a gravação do radioteatro e caminho do Centro até a rádio. E chegando lá, um pouco cansado, para ver o Simon no apito no jogo entre Itália e Gana, me dizem que eu fui rebaixado da produção de sábado para a de domingo.

Lamentável! O dia não é bom, é uma merda. Ah, é Dia dos Namorados, mas isso pode passar em branco. Só quero dizer que:

- Podem me tirar a produção de sábado.
- Podem me tirar as folgas e churrascos de domingo
- Podem me tirar o futebol de domingo
- Podem me tirar até o Notícias
- Me tirem tudo, tudo que quiserem

Porque eu vou conseguir tudo de novo. Pode ter certeza.

segunda-feira, 5 de junho de 2006

A melhor equipe joga no Campus

Passam 38 anos, desde que a Rádio Universidade – 800 AM foi criada. No distante ano de 1968, não existia sequer Campeonato Brasileiro (pelo menos não com esse nome ou formato) e o Brasil ainda era Bi. Hoje, na luta pelo Hexa, e com metade (ou mais) dos estados brasileiros tendo mais de uma divisão no seu campeonato local, o futebol é um mercado.

Compra, vende, empresta, clube, jogador, empresário, contrato, cláusulas, especulações da imprensa, enfim, tanta coisa... Os meios de comunicação têm papel fundamental neste jogo. Fazem o povo acreditar que o Carlos Alberto Parreira é mais importante para o país do que Luís Inácio Lula da Silva. Emissora de rádio, TV, jornal, site ou qualquer mídia que pretenda se estabelecer, conquistando um público heterogêneo, precisa falar de esporte – por ser Brasil, entenda-se futebol.

Para se ter uma idéia do que se investe no jornalismo esportivo, a Rádio Gaúcha de Porto Alegre vai investir R$ 1 milhão (isso mesmo, R$ 1 milhão), só para ter direito e possibilidade de transmitir a Copa do Mundo deste ano. Sem contar gastos com viagens, hospedagem da equipe, alimentação, etc...

Em Santa Maria, quatro das cinco emissoras AM da cidade transmitem regularmente os jogos do Inter-SM nas fases finais da série B do Gauchão. Por isso, a mídia esportiva da cidade é vista como forte no interior do estado. A emissora que faltava abrir o microfone neste certame era a Rádio Universidade.

Com 38 anos e um dia de vida, a emissora da Universidade Federal de Santa Maria entra com uma equipe que mescla a experiência de Gilson Piber, Cândido Otto da Luz, Cezar Saccol, Renato Molina, Gilberto Soares e Otacílio Neto com a juventude de Anderson Carpes, Ciro Oliveira, Viviana Fronza, Raero Monteiro, Willian Araújo, Felipe Cechella e eu (Tiago Medeiros).

A iniciativa foi dos alunos de Comunicação Social da Universidade, que contrariaram as expectativas desiludidas de alguns, o pessimismo de outros, os empecilhos naturais e os que foram colocados na frente. A jornada esportiva universitária começa no domingo, 28/05/06. Este dia vai entrar na história.

A Rádio Universidade vai empurrar o Internacional para a Série A do Campeonato Gaúcho. Santa Maria vai ouvir a transmissão da Universidade – 800 AM, a primeira divisão do rádio esportivo. Não vai sobrar dúvida. A melhor equipe joga no Campus.